O recente rally do Bitcoin levou o preço dos $29.300 dólares para $48.100 dólares, o que representou 64% de alta acumulada durante quatro semanas consecutivas, o que demonstrou a força dos touros na região crucial de suporte próximo aos $30.000 dólares.
O grande ponto é: seria esse apenas um movimento de euforia ou existe algum tipo de fundamento para suportar tamanha alta?
Nesta análise pretendemos demonstrar fortes indicadores de que podemos estar em um novo ciclo de alta – e até então desacreditado – abordando métricas referentes a dados on-chain do criptoativo (BTC).
Pois bem, em abril de 2021 vimos o Bitcoin bater sua máxima histórica, na casa dos $65.000 dólares, e coincidentemente ou não, nesse mesmo período vimos uma pressão enorme vinda da China contra operações relacionadas a criptomoedas, tanto de mineração, quanto às demais atividades do mercado cripto, tais como as corretoras, asset managements, mineradoras, etc.
A atividade mais afetada foi sem dúvidas a de mineração, dado que 65% da Hash Rate do Bitcoin estava alocada na China pré-banimento.
Um grande movimento de êxodo se iniciou, com a saída dos mineradores do País Asiático, o que gerou enorme impacto na mineração de bitcoin, e, por essa razão, criou-se uma forte pressão de venda no mercado para cobrir os custos de CAPEX e OPEX do desligamento em massa dos mineradores. Essa “Grande Migração” causou uma das maiores quedas na Hash Rate do ativo que atingiu o percentual de: -69%.
Outro impacto relevante da queda na Hash Rate foi o ajuste proporcional da dificuldade de mineração, índice que tanto cresce à medida que mais Hash Rate (poder computacional) é empregada na rede, quando cai à medida que menos Hash Rate é empregada na rede, o que acontece para manter o tempo médio por bloco minerado em 10 minutos.
A queda da Hash Rate, no primeiro momento, é extremamente negativa, pois torna a blockchain do Bitcoin menos segura e mais suscetível a ataques de 51% (quando um agente consegue conjurar 51% de todo o poder computacional de uma blockchain, para executar o double spending, gasto duplo, que executa uma mesma transação várias vezes).
O lado positivo da queda na Hash Rate
Porém, há um aspecto positivo relacionado à queda na Hash Rate, que é a queda na dificuldade da mineração por bloco. Isso torna os cálculos matemáticos necessários para minerar um bloco menos complexos, dando mais competitividade para os mineradores menores, que possuem menos poder computacional, distribuindo melhor as receitas oriundas dessa atividade. Pode-se observar tal impacto no gráfico abaixo, que compila: o preço do criptoativo; o valor da Hash Rate; o valor da receita dos mineradores (total); e o valor da receita dos mineradores por Exa Hash (10 elevado a décima oitava potência).
A curva em azul demonstra o aumento de +50% na receita dos mineradores por Exa Hash. Com o aumento da receita, e a diminuição dos gastos energéticos (quanto menor a dificuldade, menos complexos são os cálculos matemáticos para minerar um bloco, e, portanto, menor é o gasto com energia, pois exige-se menos das máquinas), os mineradores começaram a acumular os Bitcoins minerados, e não mais vendê-los.
Pode-se observar a mudança na posição líquida das carteiras dos mineradores pelo gráfico abaixo.
Essa acumulação torna o criptoativo mais escasso no mercado, dado que a atividade de mineração é muito relevante para a oferta do criptoativo, e as carteiras dos mineradores tendem a possuir grandes quantidades da moeda.
O indicador Hash Ribbon
Ainda sobre a mineração do criptoativo, em resposta à recuperação da Hash Rate do Bitcoin, o Hash Ribbon, que demonstra que o Bitcoin tende a achar um fundo quando há uma queda drástica no poder de processamento da rede, mostra que houve um cruzamento positivo da média móvel de 30 períodos com a de 60 períodos.
O cruzamento mencionado indica que houve uma recuperação na taxa de Hash da rede do Bitcoin, que os mineradores remanescentes aumentaram seu share do mercado e passaram a receber mais Bitcoins por Hash, como citado anteriormente.
Além de demonstrar tais fatos, o indicador Hash Ribbon deu sinal de compra no criptoativo, que historicamente precede movimentos de fortes altas como pode-se observar no gráfico abaixo, que possui o histórico das ocasiões em que o Hash Ribbon deu sinal de compra, vejamos:
O gráfico acima relaciona o preço do criptoativo com os sinais de compra dados pelo indicador Hash Ribbon. Desconsiderando o primeiro sinal de compra, que foi seguido pelo crash da covid-19, os sinais de compra posteriores levaram o criptoativo a uma alta média de 135% num período médio de 105 dias.
Utilizando-se como parâmetro tais médias históricas, a projeção desses dados nos leva a crer que o criptoativo pode romper a barreira dos $100 mil dólares até o dia 21 de novembro de 2021.
Máxima histórica do Realized Cap
Indo além da ótica da mineração do criptoativo, outro dado muito interessante é a nova máxima histórica do Realized Cap do Bitcoin, que é o equivalente on-chain do Market Cap, ou seja, avaliação de cada unidade da moeda pelo último preço que ela foi gasta, representando uma base de preço agregada para o mercado.
Quando esse índice está em alta, indica que as moedas acumuladas a preços mais baratos estão sendo gastas, provavelmente vendidas (o termo gasto numa blockchain pode referir-se a uma simples transação, onde a moeda é “gasta” de uma carteira para outra), e o mercado precisa absorver essa pressão de venda para que o índice opere mais alto.
Esse índice em máxima histórica indica que nunca houve uma quantidade maior de capital alocado na blockchain do criptoativo, o que indica igualmente que capital novo está entrando no mercado.
Por fim, observamos que a oferta líquida de Bitcoin presente nas carteiras das corretoras está diminuindo dia após dia, ou seja, usuários estão sacando seus Bitcoins das corretoras e guardando em carteiras (físicas ou virtuais) próprias, o que demonstra um perfil mais disposto a guarda e custódia do criptoativo do que o de venda.
De acordo com o gráfico acima é possível notar que durante o sell-off que determinou uma queda de mais de 50% no preço do criptoativo, os inflows (depósitos), representados pelas barras verdes, aumentaram significativamente nas carteiras de corretoras.
Agora, os investidores estão se comportando de maneira inversa, levando os outflows (saques) a aumentarem, representados pelas barras vermelhas.
Baseado nesta análise, é muito provável que estejamos vivenciando outro bull cycle, ou ciclo de alta no criptoativo, e possivelmente veremos novas máximas históricas em breve.
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